quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

O Baile


Segundo o dicionário, baile é uma reunião festiva cujo objetivo é a dança. Baile nos remete à glamour, à nobreza, à beleza e encantamento. Reza a lenda que os bravos guerreiros franceses do século XII, após vencerem suas batalhas, primeiro bailavam, com o objetivo de aquecer seus corações. E só após o baile, desprovidos literalmente de suas armas e armaduras  eles se juntavam às suas mulheres para proliferar suas gerações. Luiz XV convencia seus homens durante seus famosos bailes e foi durante um baile da Cruz Vermelha que Grace Kely livrou Mônaco de um ataque francês.
A geração Y desconhecia esta palavra, substituíram o baile por balada, dança, festa e outros nomes estranhos, embora os propósitos sejam os mesmos e a proliferação continue. Até que chegou a turma do funk e criou o baile funk, o baile de favela e seus derivados. Uma nova forma de bailar.
O baile tradicional não morreu. Ele existe e reina glamouroso nas noites minuciosamente preparadas para o seus. Zélia Brandão que o diga. A nossa rainha sabe fazer um baile e provou com toda competência como fazê-lo. 
Em cada detalhe, em cada canto do salão, na escolha do repertório e até no seu visual deslumbrante de anfitriã, Zélia mostra que entende do assunto. As bandas se completaram com total harmonia,  foi possível perceber a qualidade e o amor pelo trabalho na energia e  alegria das equipes.  A verdadeira essência do carnaval brasileiro sendo cultivada e preservada na prática. E bailamos embalados de boa música, amigos, abraços e sorrisos. 
Os bailarinos, bailantes ou não, dançaram, cantaram e se esbaldaram no salão. Bem vestidos e muito bem cuidados, cada um manifestou do seu jeito o glamour do carnaval de salão. Teve quem veio de lord, teve quem veio de rei. Teve coroa e súdito. Indianas, gregas, viúvas, princesas, sheiks, marinheiros e muita gente bonita e bem produzida para a festa. Vivenciamos juntos um carnaval de verdade. O carnaval genuíno dos salões. O carnaval que se canta e dança. O carnaval que se dança sozinho, dança de dois, dança de roda. 
Voltamos para casa desprovidos de qualquer arma, de qualquer rancor, qualquer mágoa. Prontos para proliferar nossas próprias espécies e ensinar a elas o valor da cultura de um povo e a importância de se preservar estes valores. E com o coração cheio de confete e serpentina, seguimos mais leves para enfrentar nossos dias de luta. 


Leila Rodrigues

Imagem da rede social de Zélia Brandão
Publicado no Jornal Agora em 14/02/2017


Olá pessoal,

O Baile da Zélia Brandão já se tornou uma tradição em Divinópolis. Um marco no nosso contido Carnaval Mineiro. Zélia realmente sabe fazer um bom baile e quem participa percebe a energia dela durante todo o baile. Não poderia deixar e falar de Cecília Brandão, que sempre ao lado de Zélia contribuiu para que tudo saia perfeito. Zélia e Cecília, admiro cada vez mais vocês pela competência, pela elegância e pela qualidade de tudo que fazem, mas principalmente por manterem vivo o Carnaval dos salões, uma tradição que se perdeu. 
Para quem não conhece, fica aqui o convite para uma noite de nostalgia, glamour e alegria.

Grande abraço



Leila Rodrigues

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